Mascar chiclete, por exemplo, parece uma atitude inocente, mas, pode ser uma ostentação de vitória, de superioridade, na histórica disputa pelo alimento. A mastigação equivaleria à mensagem: “eu sou melhor, já obtive meu alimento, e os outros”? Com a banalização do beijo na boca, hoje mesmo entre desconhecidos, o chiclete também poderia simbolizar a mensagem de “eu não tenho mau hálito como os outros”. Ou ainda algo ligado à competição pela modernidade: “não sou careta, masco chiclete”. Por qualquer que seja o motivo, reconhece-se, hoje uma acentuada queda na eficácia do ato de mascar chiclete como ferramenta competitiva. Quer entre jovens ou entre maduros. Já proliferam, por aí, informações sobre malefícios causados pelo chiclete. Os ecologistas falam de aves de hábitos urbanos engasgadas e sufocadas. Os cuidadosos com a saúde informam sobre doenças gástricas causadas pelo hábito de “chicletear”. E por aí vai. Até Bel do “Chiclete com Banana” declarou-se enjoado com o chiclete.
Comer jogo da bombinha de aposta de boca aberta, pegando o alimento com a língua fora da boca (tipo camaleão), e fazendo barulho pode agredir fundamentos da “finesse” social. Mas, pode ser também um hábito interpretado como ostentação de maior sensação em relação ao sabor do alimento. Isto é: privilégio sensorial e no poder para adquirir alimento mais gostoso.